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A parábola da carruagem e o uso de analogias têm o poder imenso de acessar conhecimentos e informações que estão em nosso inconsciente, e promover a aceleração do autoconhecimento.
O maior aprendizado que podemos ter em nossa vida é sobre como evoluir para tornarmos seres cada vez melhores.
Todos os outros objetivos, por mais importantes que pareçam ser, são secundários ao da nossa evolução e servem unicamente como etapas do caminho.
E a parábola da carruagem é o mais poderoso instrumento que eu conheço para entendermos todo esse processo a fim de evoluir.
A origem da parábola da carruagem
A origem da analogia da carruagem parece ter sido criada por Platão, filósofo grego que viveu 300 anos AC, e que a chamou de parábola da Biga. Mas descrição dessa parábola também se encontra nos Upanishad (livros sagrados hindus).
Na cabala encontramos a figura da carruagem com o nome de Merkab, que seria a carruagem que levaria a Deus, descrita pelo profeta Ezequiel que viveu 660 anos AC.
Muitos filósofos e pensadores já utilizaram a parábola da carruagem, mas talvez a mais conhecida tenha sido usada por Gurdjieff, um famoso filósofo russo que viveu no início do século passado.
A analogia da carruagem envolve cinco conhecimentos
A carruagem é puxada por dois cavalos, um branco e um preto, os cavalos são conduzidos pelo cocheiro. No interior da carruagem encontramos seu dono e temos o caminho por onde ela segue até o fim da viagem. Vejamos melhor cada um desses elementos:
1. A carruagem
A carruagem representa o nosso corpo físico. Quanto melhor forem as partes da carruagem (rodas, estruturas), e quanto mais nova e conservada ela estiver mais segura será a viagem.
2. Os cavalos
Os cavalos branco e preto, são os nossos pensamentos, nossas emoções e nossa mente.
Platão descreve o cavalo branco como sendo o bem alimento, educado e que corre sem chibatadas, enquanto o cavalo preto é mal alimentado e problemático.
O cavalo branco representa o impulso racional ou moral e a parte positiva da paixão. Já o preto representa as paixões irracionais, os desejos, a busca do prazer imediato mesmo que traga problemas posteriores, todos os impulsos autossabotadores e autodestrutivos.
3. O cocheiro
Os cavalos são conduzidos por um cocheiro que representa a nossa Vontade e o nosso intelecto ou discernimento.
Incialmente a carruagem não tem cocheiro e o dono terá de encontrá-lo bebendo e dormindo numa taberna que precisará ser desperto para assumir o trabalho.
Às vezes o cocheiro está tão embebedado que precisa levar um balde de água gelada para despertar de seus devaneios, afinal sem o cocheiro não haverá viagem.
Mas quando desperta ele recupera aos poucos o seu conhecimento do ofício, em que é um completo especialista.
Se ele continuar “bebendo” na taberna, carruagem ficará parrada ou os cavalos a levarão para onde quiserem.
O cocheiro precisa ser forte e resistente para dominar os cavalos, e experiente para escolher os melhores trechos da estrada para evitar buracos e atoleiros.
A função do cocheiro é cuidar da manutenção da carruagem para que ela esteja sempre no melhor estado e suporte as piores estradas, pois nunca sabe os caminhos que o dono irá querer avançar.
Ele precisa também alimentar os cavalos de forma adequada e permitir que descansem quando necessário.
O cocheiro precisa estar completamente atento às ordens e orientações que vem do dono que está dentro da carruagem.
4. O Dono
O dono da carruagem é um sábio e o único que conhece onde a carruagem deve chegar e os caminhos que ela deve tomar. Além de conhecer profundamente o cocheiro, os cavalos e a própria carruagem.
O dono nunca entra na carruagem enquanto o cocheiro não terminar o serviço de manutenção e de domar os cavalos e colocá-los em posição.
Gurdjieff afirma que o Dono é o verdadeiro “EU”, ou também chamado de Eu superior e que a viagem avançando pelo caminho só será iniciada quando ele ocupar o seu espaço.
5. O caminho
O caminho é novo para o cocheiro e cheio de buracos, obstáculos e dificuldades que precisam ser superadas. O dono conhece o caminho, mas deixa o cocheiro tomar as decisões de como vencer os obstáculos.
O cocheiro nunca conhece o destino, mas sabe que quando chegar lá o dono lhe dará a recompensa financeira que prometeu. Ele só receberá o seu salário ao final da viagem.
E tudo o que o cocheiro precisa fazer é avançar a carruagem pelo caminho. Às vezes é necessário avançar devagar, outras vezes em uma velocidade maior, ou até mesmo parar para descansar.
Numa encruzilhada, o dono mostra o caminho certo, que pode ou não ser ouvida pelo cocheiro. Se tomar o caminho errado o dono manda uma série de sinais para avisar do erro.
Se mesmo assim o cocheiro ainda não conseguir ouvir esses sinais, o dono puxa um freio poderoso que faz a carruagem parar.
Autoconhecimento
Uma analogia sempre acessa conhecimentos e informações que estão no nosso inconsciente. É uma fonte muito poderosa de autoconhecimento.
Então utilize essa analogia para se autoconhecer, preste atenção nas ideias e insights que vierem à mente.
É preciso encontrar o seu cocheiro e acordar da sua embriaguez.
O cocheiro precisa ser convencido a largar essa vida inútil, acomodada e confortável para um trabalho que exigirá sacrifícios e desconfortos.
É preciso ainda domar os cavalos, e ensiná-los a obedecer ao comando do cocheiro. Só então com a carruagem consertada, os cavalos atrelados nela, é que o dono entrará e determinará então o início da viagem e o caminho a ser seguido.
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Conteúdo muito bom, gostei muito do seu post.
Vou acompanhar, pois sempre aprendo mais.
São dicas muito úteis, principalmente para um iniciante como eu.
Bom trabalho!!